Conheça a marca que corre em busca de ser sonhada por todos os corpos e, também, para os corpos que a desejarem.
Em março e abril de 2023, duas unidades do Sesc São Paulo promoveram a Feira Territórios da Moda e Costura e, com o intuito de expor suas peças neste evento, a modelista e costureira Babi Batista lançou, meses antes, a marca Cantagalo Costumes.
A origem do nome, segundo Babi Batista, surge por, na infância, ser chamada de cantagalinha, apelido dado por conta do nome Cantagalo o qual pai e avô eram conhecidos. Já Costumes é um termo que possui vários significados e, dentre eles, o hábito (ou o costume) de vestirmos roupas. E vale lembrar que o ato de vestir é mais um código que nos iguala como seres humanos e para que isso seja possível de maneira genuína a cada indivíduo, de acordo com a idealizadora, esse costume precisa ser pensado para além dos padrões impostos por um mercado excludente e que visa apenas o lucro.
Se definindo com uma pessoa ousada, Babi afirma que o principal objetivo da Cantagalo Costumes é o de vestir (todo e qualquer tipo) corpos. E mesmo tendo consciência de que não se trata de algo fácil, ela garante que não é impossível. Além disso, a jovem conta que os bolsos são presença constante em suas peças, que geralmente são confeccionadas em linho, viscose, malha de algodão e, até mesmo, o próprio algodão.
Mesmo com poucos meses de existência, Babi Batista confessa que os desafios para manter a Cantagalo Costumes são muitos, especialmente por ser uma mulher preta, solteira, periférica, sem formação acadêmica e que empreende por necessidade, pois não tem outra forma de ganho. Trata-se de um obstáculo encontrado por aqueles(as) que tentam seguir com um negócio enquanto, ao mesmo tempo, precisam sobreviver. Ademais, ela acrescenta a dificuldade de acesso ao crédito, já que a marca se encontra em fase embrionária e com faturamento quase nulo.
O que a faz não desistir? Babi Batista diz que é o fato de acreditar na validade do que faz. E, apesar de garantir que a Cantagalo Costumes já nasceu grande, ela reitera que é preciso que as portas se abram para que a marca se torne conhecida, experimentada e alcançada.
Cantagalos Costumes e a moda inclusiva
Certo dia, quando se dirigia a uma estação do metrô de São Paulo, Babi Batista se deparou com uma mulher com nanismo que, segundo ela, era muito estilosa. Ao visualizá-la, ela se atentou ao fato de que nunca havia confeccionado uma peça para um corpo de proporções tão diferente ao seu. E, a partir dessa constatação, a jovem sentiu que estava falhando como profissional.
Se vou pensar em tamanhos P ou M, eu também posso pensar em outras medidas para outros corpos.
O sentimento provocativo gerado fez com que Babi elaborasse uma peça a este público após uma rápida pesquisa na internet, mas que, segundo ela, não se tornou funcional porque lhe faltou tempo e, também, a iniciativa de entender de perto as necessidades deste público. E essa descoberta veio após Mila Poci - mulher com nanismo - lhe explicar gentilmente, durante a Feira Territórios da Moda e Costura, os detalhes que precisavam ser pensados para que sua modelagem funcionasse.
Hoje, Babi Batista entende que para confeccionar roupas para as pessoas com nanismo não basta apenas encurtar as pernas das calças ou as mangas das blusas. Prova disso é que ela já vem estudando como aplicar os bolsos em suas modelagens, já que, a depender do comprimento dos membros do indivíduo, o adereço se faz dispensável. Por isso, ela afirma que não pretende trabalhar com peças específicas, pois quer que suas criações estejam disponíveis a todo corpo que a desejar. Ou seja, para cada demanda uma modelagem e, também, um resultado!
Se você quer conhecer a Cantagalo Costumes ou, até mesmo, contribuir na elaboração das peças inclusivas, siga o canal da marca no Facebook ou o perfil da Babi Batista no Instagram.
Parabéns Babi👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼
Maravilhosa ❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️
Estou muito feliz com o resultado da entrevista. Desejo sucesso a vc Heloisa e ao blog e que ele possa chegar ao conhecimento de muitas pessoas. Gratidão!!